domingo, 5 de julho de 2009

"Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas..."


Então disse a raposa:
"- Mas tu não deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas."

Refolheando "O Pequeno Príncipe", obra-prima do francÊs Antoine De Saint Exupéry, me chama a atenção desta vez o diálogo entre a raposa e o Pequeno Príncipe, passagem inclusive que sempre era a mim citada pela maioria dos que me me indicavam a obra, e que achei inócua diante das outras partes do livro da primeira vez que o li.
Uma vez me foi dito por alguém que a felicidade de muitos dependia de mim, como sempre achei que fiz tudo para que isso não acontecesse, não me sentia culpado por tal situação.
"Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas", como eu pensei nessa frase esta semana, talvez isto desse aval a diversas atitudes que me eram ininteligíveis. Mesmo quase entendendo a lógica da frase proferida pela raposa, e juro que não só para me isentar de responsabilidades, descobri que sou radicalmente contra a frase do Antoine, nunca consegui me sentir responsável por nenhum dos meus supostamente cativados e nem acho que deveria, mas infelizmente e comicamente como sempre me deparei com pessoas que partilham do ideal do mamífero, hoje não sou mais cativante (risos). A frase para dar equidade de responsabilidades entre o sedutor e o seduzido não me convenceu.
No mais "O Pequeno Príncipe" consegue me convencer em quase tudo, a livro é mesmo fantástico, vale a pena.

5 comentários:

Pseudokane3 disse...

Juro que me assustei quando vi o título da postagem...

Ao pensar que tu concordarias com tal frase, tachei-te logo de HIPÓCRITA, dado que definitivamente isto não combina contigo, a indiferença (no bom e no mau sentido do termo) que tanto te caracteriza invalida o sentido desta frase hiper-valorizada (concordo) no que diz respeito a tu...

Lendo o texto, fico feliz por perceber que tu continuas com teu senso crítico apurado e que és ainda a pessoa que tanto me cativa ou que me faz cativo, sei lá...

talvez eu reconheça algumas das referências subliminares de teu texto, talvez eu seja culpado de algumas delas... mas fico feliz que gostes do livro, que, sim, querido amigo, é Perfeito como tu, com todas as imperfeições que os sentimentos idealizados não permitem destacar...

Sim, sim, te digo SIM!

E bem sabes que o trecho que mais gosto é o reencontro com o rei Autoritário: é ali que eu acho que tu estás! E é por isso que nos conquista... E é por isso que te amo tanto!Ponto.

WPC>

Pseudokane3 disse...

Reli...

E, sei lá... Há em teu texto muitas "indiretas" que não consigo identificar os remetentes...

Talvez gradualmente eu esteja a entender que tu TENS UMA VIDA - e que, infeliz porém realisticamente, tenho eu que me preocupar com meus próprios assuntos e te deixar auto-responsabilizar-se por aquilo que tu queiras... Sem fazer qualquer tipo de pressão, que, como bem dizes, será inócua diante de tua força centrípeta...

Não queria pensar em ti ontem, caro Maurício, mas insistiam em cantar Legião Urbana na praia... E quase todas as canções desta banda contêm variações da palavra "perfeição" na letra... E foi foda (no mau sentido)

E tu vais embora...
E eu não quero pendências...
E não, difinitivamente, responsabilidades não combinam contigo: mas quem disse que isto é um problema?

Antes de tu partires, tentarei conversar contigo... Quem sabe a gente se esclarece... Quem sabe não? Quem sabe?

"Quem sabe o que é ter e perder alguém
Sente a dor que senti
Quem sabe o que é ver quem se quer partir
E não ter pra onde ir

Faz tanta falta o teu amor, te esperar...
Não sei viver sem te ter
Não dá mais pra ser assim"

Fica bem, moço!

E não sei se tu és o RESPONSÁVEL ou não por minha felicidade, mas que tua simples existência me faz muito feliz, ah, isso faz!

WPC>

Fábio Barros disse...

Se eu soubesse que seria tão ruim, não teria tocado Legião mesmo, Wesley. Levei na brincadeira (como sempre, aliás).

E o Baiano vai embora?

Pseudokane3 disse...

Sim, Fábio querido...
Maurição parece que voltará a sua terra natal depois de amanhã...

Quanto ao legiãourbanismo, nem é culpa tua, querido... É culpa minham responsabilidade minha - que, apesar de ter lá minhas discordâncias também com a frase da raposa, insisto em ser responsável... Culpa de minha taciturnidade ditirãmbica infindável...

Fiquemos bem...

Eu, tu, o Perfeito e a rosa... A rosa...

WPC>

Annita! disse...

quando disse que a felicidade de mtus dependia de vc, nao disse q obrigatoriamente devia ser responsavel.mas sim, que as relações sociais configuram-se no campo das representações, que pode estar, ou nao, do maquiavelismo contido no individuo.Isso qdo vc me dava demonstrações afetivas de se importar com algo a mais que seus "IDEAIS"...Por isso, achei e acho bem aplicada dentro do contexto de dois anos atras... Bom! Qto a discussao de sedutor e seduzido, me remete a uns textos de motti e soihet, e digo: o seduzido nem sempre é vítimo. Então...concordo ctg neste ponto.