Esta semana fui surpreendido por um amigo que acabara de escutar o álbum “Fome de Tudo” de 2007 da banda recifense Nação Zumbi, ele perguntava se seria heresia pronunciar que achara o tal álbum o melhor da banda, inclusive os que foram produzidos quando era comandada pelo venerado e realmente genial Chico Science, sorri, mas logo depois lembrei o quão "estasiado" fiquei quando ouvi este álbum, passei semanas repetindo-o, o tom melancólico das canções me cativara deveras, e como diria um certo amigo, a não extensão vocal e o tom “monocórdico” por vezes criticado do Jorge Du Peixe, atual vocalista da Nação Zumbi, funcionam bem nos tons sombrios experimentativos da Nação no álbum.
“Fome de Tudo” conta também com excelentes solos de guitarra, com o ápice do Jorge Du Peixe como letrista e principalmente com a capacidade extraordinária da Nação Zumbi em se reinventar, com um tom altamente diferente do mangue beat original da banda, muito mais melancólico, a nova Nação consegue no mínimo manter o nível das outras grandes produções da banda.
Enquanto a preferência citada no começo do texto, é realmente compreensível, “Fome de Tudo” é bem produzido, foge do semi-bairrismo dos primeiros álbuns, porém enquanto a mim... não consigo esquecer que foi produzido o “Da Lama ao Caos” sob o comando do Chico Science, disco que introduz a Nação Zumbi no cenário nacional, que mostra ao Brasil o mangue beat pernambucano, que torna talvez a Nação Zumbi a banda mais influente surgida em terras tupiniquins desde os Mutantes, e brincando de escolher, pela importância do álbum de 1994 e pela pequena queda de qualidade na metade final do “Fome de Tudo”, eu fico com o “Da Lama ao Caos”.
Demonstrado a grande evolução letrista do Jorge Du Peixe, segue abaixo a canção Bossa Nostra que dá início ao álbum "Fome de Tudo":
“Fome de Tudo” conta também com excelentes solos de guitarra, com o ápice do Jorge Du Peixe como letrista e principalmente com a capacidade extraordinária da Nação Zumbi em se reinventar, com um tom altamente diferente do mangue beat original da banda, muito mais melancólico, a nova Nação consegue no mínimo manter o nível das outras grandes produções da banda.
Enquanto a preferência citada no começo do texto, é realmente compreensível, “Fome de Tudo” é bem produzido, foge do semi-bairrismo dos primeiros álbuns, porém enquanto a mim... não consigo esquecer que foi produzido o “Da Lama ao Caos” sob o comando do Chico Science, disco que introduz a Nação Zumbi no cenário nacional, que mostra ao Brasil o mangue beat pernambucano, que torna talvez a Nação Zumbi a banda mais influente surgida em terras tupiniquins desde os Mutantes, e brincando de escolher, pela importância do álbum de 1994 e pela pequena queda de qualidade na metade final do “Fome de Tudo”, eu fico com o “Da Lama ao Caos”.
Demonstrado a grande evolução letrista do Jorge Du Peixe, segue abaixo a canção Bossa Nostra que dá início ao álbum "Fome de Tudo":
Bossa Nostra
Composição: Jorge du Peixe
"Ninguém quer saber
O gosto do sangue
Mas o vermelho
Ainda é a cor que incita a fome
Depende da hora e da cor
Depende da hora,
Da hora, da cor e do cheiro
Cada cor tem o seu cheiro
Cada hora lança sua dor
E dessa insustentável leveza de ser
Eu gosto mesmo é de vida real
Eu levei
Minha alma pra passear
Eu levei
Minha alma pra passear
Não me distancio muito de mim
E quando saio não vou longe fico sempre por perto
Depende da hora e da cor
Depende da hora,
Da hora, da cor e do cheiro
Cada cor tem o seu cheiro
Cada hora lança sua dor"