quarta-feira, 23 de setembro de 2009

"Um dos efeitos do medo é perturbar os sentidos e fazer que as coisas não pareçam o que são", será?


Enquanto tentava desesperadamente por quase duas horas seguidas dormir nesta madrugada, irritava-me deveras com os pensamentos que sempre resolvem aparecer justamente na hora em que tento dormir, milhares de coisas rondam a minha cabeça enquanto eu tento esquecer de tudo e concentrar-me nos meus objetivos soporíferos, em vão.
As primeiras insônias das quais recordo foram causadas pelo filme "A Noite dos Mortos Vivos" geralmente transmitido pela Rede Bandeirantes, lembro-me que as imagens daqueles zumbis sempre voltavam na escuridão no meu quarto, e de medo, procurava sempre algum aconchego familiar pra me acompanhar nessas noites, acabei assistindo tantas vezes esse filme que era quase impossível conciliar escuridão e solidão com noites de sono, sempre precisava de pessoas ao meu lado para dormir, felizmente meu medo de escuro foi se acabando paralelamente com a certeza de que pessoas não eram a solução, acreditei que era o fim, não era.
Passado a época do medo, acabei me tornando um pouco mais tarde um ser altamente ansioso, e qualquer expectativa por menor que fosse me fazia ter insônias arquitetando involutariamente milhares de planos pro dia que viria, logo depois acabei descobrindo também que expectativa não era a solução, pelo contrário!
Seria o fim?
Não. Nesta madrugada me peguei novamente tendo insônia por medo, por medos, excêntricos e estranhos medos, mas quem dera fosse daqueles ocasionados pelo "A Noite dos Mortos Vivos", eu sei que estes não vão passar quando amanhecer.


"Xii", está amanhecendo!

Rafael Maurício, 5:26 a.m

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

O que o Woody diria agora?


Dentro de uma madrugada onde discuti conceitos de liberdade, ouvi Nina Simone, duas pessoas me recomendaram a então desconhecida musicalmente por mim, Ella Fitzgerald, fui convocado a descobrir as peripécias literárias de dois amigos, e ainda tive tempo para (re)perceber que a subjetividade tem lá o seu preço, por causa de uma citação em uma conversa dessas que se tem na internet, termino a minha madrugada com uma imensa vontade de ouvir o que o velho Woody teria a me dizer nesse começo de 10 de Setembro, percebo também que mesmo o Woody Allen naturalmente figurar em meu Top 3, só tive o prazer de ver os fabulosos "Noivo Neurótico, Noiva Nervosa" e "Manhattan", "Poderosa Afrodite", e o intenso e mediano(para mim) "Vicky Cristina Barcelona", o humor mais fabuloso da história do cinema, só figurou na minha vida em quatro oportunidades, e começo a descobrir musicalmente a Ella Fitzgerald, obrigado pela dupla indicação, ela deve merecer.

sábado, 5 de setembro de 2009

"Pra que rimar amor e dor?..."



Se não existissem as rimas, todos os poemas seriam potencialmente sinceros. Não a sinceridade do autor, esta pouco importa, mas a sinceridade da poesia.
Não sei se alguem pensa nisso também, mas jamais consigo adentrar sentimentalmente, conteplativamente poemas "rímicos", passo o tempo tentando preencher hiatos, descobrir ou perceber qual palavra seria a escolhida se não
fosse pra satisfazer esse enquadramento "rímico", me irrita também como cativam foneticamente, como se quisessem esconder algo, como me irritam as rimas poéticas.
Acabo de pensar nisso, não sei se serve, mas como diria Drummond: "...Se eu me chamasse Raimundo...", seria tão fácil se me chamasse Raimundo, mas prefiro soluções.